Molhando as Palavras

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segunda-feira, julho 10, 2006

Barbárie ou civilização?

A situação do país anda realmente preocupante. Após a rebelião de presos ocorrida em São Paulo no mês passado, as matanças continuam dentro e fora dos presídios. Já chegam a seis o número de agentes penitenciários mortos em menos de 10 dias nas terras de Alckmin, e aqui no Rio, dois policiais foram mortos, acreditem, porque um tentou assaltar o outro. É praticamente impossível se sentir seguro num lugar onde não se sabe mais quem é ou não um fora da lei. Assim como a máxima “todo o político é corrupto”, outra terá que ser empregada no nosso vocabulário: todo o policial é ladrão. Quer dizer, estamos fritos! Porque se os governantes (teoricamente eleitos para nos ajudar) roubam os cofres públicos e os policiais (teoricamente treinados para nos proteger) querem agora roubar nossos bens pessoais, nada mais nos resta. Não há a quem recorrer.
Basta abrir o jornal para se ter a prova. Cada dia é uma roubalheira diferente. Máfia do mensalão, máfia das ambulâncias, máfia dos correios, chacina na favela, chacina no presídio, é uma barbárie sem fim. Agora mais essa: um policial recém contratado, com seis meses de carreira, assaltando gente por aí. O “azar” foi não saber que a vítima era um sargento que, claro, estava armado, e claro reagiu. Resultado: os dois foram pra cova. Cada um com sua farda e sua história.
Segundo a teoria da evolução cultural de Morgan, o homem passou por três estágios de desenvolvimento: selvageria, barbárie e civilização. Este último, a qual vivemos agora, seria o auge de nossa capacidade criativa e de domínio das técnicas e da natureza. De fato ele está certo. Pena que o homem em seu processo evolutivo tenha regredido tanto eticamente, e ao invés de utilizar sua inteligência para o bem, escolheu o contrário. Parece que quanto mais aprendemos mais destrutivos ficamos e menos investimos na felicidade do mundo. Antes estivéssemos lá no início da linha. Pelo menos seríamos selvagens e não teríamos tanto do que se envergonhar (se bem que vergonha atualmente só tem quem é honesto).
O Brasil hoje não tem nada de civilizado. Chegou até aqui para continuar uma selva, onde além dos famintos há os gananciosos, nunca satisfeitos com o que já têm. Querendo sempre mais custe o que custar. Afinal, tudo tem seu preço. Lei pra quê se existe o dinheiro? Vive-se pra tê-lo, mata-se por ele. É o bem soberano, o mal da civilização. Por conta dele, viramos bichos acuados numa terra de ninguém. Onde todos querem ser leões e reis. Onde não há ordem e o que impera é o caos.
Pior que nem adianta pedir socorro porque não tem ninguém pra te ajudar. É tempo de guerra na selva civilizada. Melhor correr pra toca antes que alguma raposa te pegue pelo rabo.
Deus nos acuda e salve-se quem puder!

1 Comments:

  • At 3:11 PM, Anonymous Anônimo said…

    Ai, Nandinha, ler seus dizeres me dá medo pq vc é a cacula, o futuro. Quando penso que eu, uma jovem senhora, penso assim já dá o maior medão. Pior é sentir o futuro tão determinado como o de agora, triste e sem um sentido maior, base de tantas civilizações, a esperança. Tá difícil. Mas somos afortunados nessa civilização, então vamos continuar com a aposta no bem, uma coisa deixa de existir senão acreditarmos nela.
    Eu ameeei o texto sobre a Rê, nunca vi uma caçula se vingar tão bem e civilizadamente. Ri muito na cara dela, ela era má mesmo! Tá vendo, o tempo tem seus benefícios.
    bjs,
    Maria.

     

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