Molhando as Palavras

Blog de curiosidades, opinião, crônicas e afins.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Made in "Resto do Mundo"

No México se você não é americano, italiano ou espanhol, você é o resto do mundo. Pode ser da Mongólia, Argentina ou Brasil, não importa. Para eles é tudo farinha do mesmo saco. Basta andar na rua, ir ao supermercado ou tentar fazer uma simples ligação internacional para se dar conta que se você não carrega dólar ou euro na carteira pode ser chamado de qualquer outra nacionalidade. Brasileiro, então, é a última opção. Acho que nós não somos tão comuns por lá, ou realmente eles desconhecem a nossa nação verde e amarela.
Andar pelas ruas de Cozumel próximo ao centro e aos agentes de viagem pode ser uma prova de paciência. A cada esquina tem um mexicano nanico perguntando “ablas espanhol, inglês, italiano?” Não! Aramaico, pode ser? Uma vez cruzamos com um bêbado doido que dizia falar “seven languages”. A única que ele não aprendeu foi o português. Tudo bem, nem mesmo a língua natal, na condição em que se encontrava, ele era capaz de pronunciar.
Na sessão de importados do supermercado a variedade é enorme. Tem lá: Itália, França, Espanha, Chile, Índia, Japão e adivinhem: Resto do Mundo. E nem mesmo por lá eu consegui encontrar algum produto made in Brasil. Também, pensa bem. O que eles importariam de nós? Milho, feijão, atum enlatado?
Para fazer uma ligação internacional a separação também é clara. Em todos os orelhões da cidade você pode ligar para Canadá ou Estados Unidos. Nos outros em que o acesso é internacional mesmo, há números de centrais distintos para ambos, assim como pra Europa. Agora, pro Brasil, você deve digitar o código do resto do mundo. E qual não foi minha surpresa quando descobri por acaso que pelo menos o português existia como opção de instruções. Tudo bem que as informações eram bem mais sucintas e você só encontraria a seleção apertando a tecla número 6. Quer dizer, tinha o mundo quase inteiro antes de nós.
Um dos episódios mais curiosos foi passando por um senhor que oferecia passeio de charrete pela ilha. Uma carruagem, melhor dizendo. Ele olhou para nós e perguntou “american, italian, spanish, mexican?”. Não, Brazilian. Na mesma hora ele veio ao nosso ouvido e falou “Marijuana, coca?”. Aí você percebe a fama que os brasileiros têm por lá. Ao invés de passeio romântico, o falso guia achou que iríamos preferir outros atrativos.
Quando fomos fazer compras num desses camelôs que vendem as mesmas coisas a cada esquina, claro que tivemos que pechinchar. Aí bastou dizer que éramos brasileiros que eles entenderam o porquê do nosso “mais barato, por favor”. “É que a gente não ganha em dólar, sabe. Nem em euro. Somos pobres”. E assim conseguimos tudo com quase 50% de desconto.
Dificilmente eles acreditavam que éramos realmente oriundos das terras tupiniquins. E mesmo depois de mostrar carteira de identidade ou passaporte, nenhuma vez ouvi aquelas típicas exclamações “Ah, Brasil. Ronaldo, carnaval”. Nada. Nenhuma denotação de surpresa ou alegria. Mas nada que nos abalasse, longe disso. Pois brasileiro sabe como é. Pode ser pobre, meio esquisito, mas sempre chama atenção e de dá bem em qualquer lugar. Já que se tem algo que ninguém nos tira e nos diferencia (em muito) de todo o resto do mundo é o sorriso e a simpatia. E a lábia, claro. Não há quem não caia!!!

1 Comments:

  • At 10:09 AM, Blogger Renan Oliveira said…

    Pois é, bem vindo ao país que só exporta cachaça, havaianas e bom futebol...samba não por questões culturais. O que europeus e americanos devem achar de um povo que elege um analfabeto pra ser presidente e não satisfeito o reelege? Assim é o Brasil, que não representa nem 1% lá fora...Parabéns a todos que compatcuam para que essa merda de país continue assim...Sergio Cabral, Lula, o falido e viado alfaite do Clodovil, Maluf, Collor, Valdemar da Costa Neto...não somos reconhecidos por isso...povo burro. Ahahaha possa ser que daqui a 4 anos possamos eleger novos homens que deem jeito nesse país. Que tal Roberto Jefferson?

     

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