Molhando as Palavras

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terça-feira, julho 25, 2006

A arte do ato de escrever

Hoje, 25 de julho, é o Dia Nacional do Escritor. Como admiradora e aspirante à profissão, não poderia deixar a data passar em branco. Por isso, resolvi dedicar algumas palavras a este que considero o ato mais prazeroso da vida: escrever. Das diversas formas de expressão cabíveis, a escrita parece ter sido a que consegui desenvolver melhor nesses meus 27 anos de vida e quase 21 de alfabetização. Desde pequena, sempre me pareceu muito fácil utilizar o texto escrito para verbalizar meus sentimentos e minhas idéias. Contar histórias, delirar, desabafar, filosofar, informar, esbravejar, amar e sofrer, enfim, viver através das palavras o mundo que nos cerca. Com a escrita me sinto livre, leve, às avessas. O ato de escrever me acalma e me excita por encontrar nesta fábrica de palavras infinitas possibilidades de criação.
Se quiser falar de guerra, o faço com prazer. Se preferir o amor, datilografo com gozo. O assunto pouco importa desde que consiga me expressar. Em nada e tudo penso enquanto escrevo. Deixo que as déias se deleitem no papel. Como um roda moinho que me lança ao inconsciente deixando que as palavras surjam por si só. O sentido, muitas vezes, pouco importa. E nessas horas é bem provável que significantes e significados pareçam desconexos. Mas é aí que está o valor da escrita.
Um leque variado de opções para usar e abusar do latim, seja o de botequim ou das gramáticas. Brincar com as palavras enche-me de satisfação e enquanto escrevo parece que vou explodir. É, pode parecer exagero, uma hipérbole das mais cafonas, ou até mesmo algo íntimo demais para ser revelado a quem mal conheço. No entanto, esta é a principal razão pelo meu fascínio. Não há nada que me impeça enquanto escrevo. Censura? Vergonha? Essas são palavras vazias se comparadas à sensação de liberdade inside me. Whatever, cara! O ypsilone não faz parte do nosso alfabeto. Mas quem disse que é preciso?
Visse, como certas vezes me faço confusa? O b a ba ficou para trás. Ou como diz a regra, o A vem antes do B? Não precisa responder. Aliás, de pouco valem minhas interrogações. Caso seja do seu gosto, troque-as por exclamações ou vírgulas e tire você suas próprias conclusões (por ironia quase escrevi confusões). Para isso que servem as metáforas e os diversos nomes existentes na gramática. Para explicar os delírios dos escritores que usam e abusam do nosso latim-americanizado.
Mas a cada linha o que mais anseio é quebrar as regras. Antes, porém, é necessário gabarito. Por ironia, fugir da norma culta só é permitido depois que tiver domínio suficiente sobre a língua. O privilégio de parecer despretensioso, sem se passar por um picareta ou ignorante, só é concedido àqueles que realmente conhecem o valor das palavras. É preciso ser Jorge Amado para parafrasear sem vírgulas ou apóstrofes. Ou ser discípulo de Carlos Drumonnd para cair no P da poesia ou do poema. O fato é que ainda não sou nem um nem outro. E não pretendo ser. Em mim guardo apenas a vontade e o impulso de escrever. O que me parece o bastante. E enquanto essas elipses, metonímias e justaposições, aglutinadas ou não, estiverem aqui, vagando em meu pensamento, digo-lhe com veemência: não há quem me faça parar.
Hasta la vista, baby.
Chego às 21h para o jantar.

2 Comments:

  • At 3:37 PM, Anonymous Anônimo said…

    Nessa fábrica de palavras infinitas... você nos inspira...

    Vivas essas elípses e justaposições aglutinadas!
    ;)

    Muito bacana o seu texto!


    Bjão,
    Juju

    ps: feliz que agora consigo postar

     
  • At 8:50 AM, Anonymous Anônimo said…

    Se hj é o dia do escritor, entao meus parabens para vc e todo esse seu talento, escritora.
    Nao pare nunca. Nós e as palavras, frases, elipses e virgulas agradecem!
    Eu amo te ler.
    Chega mais cedo pra jantar...
    Beijos

     

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